A literatura é arte, assim e também vista de muitas outras formas, ela é o pensamento, é o domínio das palavras. É o modo simples - às vezes complexo para alguns - para se entender a realidade com os próprios olhos, para talvez mudá-la, ou simplesmente encantá-la. A literatura é a palavra, a construção e também a poesia. Seja ela oculta ou explícita, ela sempre estará lá, em todos os lugares, basta-nos enxergá-la, conhecê-la, entender este elemento metamorfoseado em diversas formas. Sempre presente, como ar e som, como a inspiração, rimando ou não, mas sempre com o sentido, causa e efeito, junto ao coração. Cria a emoção, a ilusão e a reflexão para a mente poética. E cabe a esta, mente poética, recriar a realidade, procurar e esculpir precisamente as palavras sobre os versos em branco do poema. Tirar do sangue e da alma o que sente para causar impacto àqueles que nada sentem. Mente brilhante, fábrica do universo, que com poucas palavras muito pode fazer (e dizer). E o poeta, que trabalha e sua como qualquer outro homem, nada pede em troca. Em vez disso, mergulha nos rios da literatura, viaja pelos verdes campos da leitura, e repousa onde há sabedoria. Nada, nada cobiça em troca... Porque, o poeta nunca termina a sua missão; não antes de falecer. Ele sempre estará a continuar escrever.
"As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo. Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo."
27 de março de 2011
26 de março de 2011
O poeta e seu Iceberg
O poeta, em seu iceberg
Navega através dos mares
Avista horizontes e lugares
Onde, sem hesitar, segue,
E em seus novos ares
Deixa que a inspiração o leve.
O poeta navega ao nada,
Mas segue os caminhos traçados
Num mapa
Escrito em sua alma
E não resiste,
Apenas segue a maravilhosa jornada.
De alma completa,
Acorda o ser nele adormecido:
A alma poeta
Que se faz presente,
E o poeta em seu iceberg
Segue pelas correntezas
Deste mar de poesia.
Fora de si,
Busca nas palavras abrigo
E nas cavernas da imaginação
Desenha com a mão
Aquilo que lhe vive escondido.
O poeta não abandona seu iceberg
Pois ele sabe
Que nenhum iceberg é vivo
Sem poeta
E que poeta sem alma
Não é poeta.
Por Marcos santos de Porteiras Poéticas.
Navega através dos mares
Avista horizontes e lugares
Onde, sem hesitar, segue,
E em seus novos ares
Deixa que a inspiração o leve.
O poeta navega ao nada,
Mas segue os caminhos traçados
Num mapa
Escrito em sua alma
E não resiste,
Apenas segue a maravilhosa jornada.
De alma completa,
Acorda o ser nele adormecido:
A alma poeta
Que se faz presente,
E o poeta em seu iceberg
Segue pelas correntezas
Deste mar de poesia.
Fora de si,
Busca nas palavras abrigo
E nas cavernas da imaginação
Desenha com a mão
Aquilo que lhe vive escondido.
O poeta não abandona seu iceberg
Pois ele sabe
Que nenhum iceberg é vivo
Sem poeta
E que poeta sem alma
Não é poeta.
Por Marcos santos de Porteiras Poéticas.
25 de março de 2011
Esquecido
Não há engenho nem obra
Que o leve para além da morte
Pois tu e tua glória, falecem com a memória
Que o leve para além da morte
Pois tu e tua glória, falecem com a memória
Escrever
Preso entre dois mundos,
Entre duas histórias
Sem fim e sem rumo,
Vasculho as memórias,
Prosas da escória,
Enquanto goteja lentamente,
Palavra por palavra,
Num acontecimento moribundo.
Exprimo o conhecimento
Enquanto as nuvens
São levadas pelo tempo,
E os ponteiros pelo vento.
Já é tarde
E é difícil entender.
Mesmo quando não há nada
Para escrever,
Eu insisto em o fazer.
Entre duas histórias
Sem fim e sem rumo,
Vasculho as memórias,
Prosas da escória,
Enquanto goteja lentamente,
Palavra por palavra,
Num acontecimento moribundo.
Exprimo o conhecimento
Enquanto as nuvens
São levadas pelo tempo,
E os ponteiros pelo vento.
Já é tarde
E é difícil entender.
Mesmo quando não há nada
Para escrever,
Eu insisto em o fazer.
18 de março de 2011
Todos os dias o mesmo sonho
Todos os dias o mesmo sonho
Acorda e levanta,
Desliga o despertador,
Põe o terno, a gravata, e se adianta.
Caminha pelo corredor.
Desce a escada,
Toma teu café,
Dá um beijo na mulher.
Sai pela sala; avista a estrada.
Está frio, e no chão há neve.
Tudo está vazio, e tão leve...
Tudo então se esquece,
Mas aqui, nunca envelhece...
Pega o carro,
Corre ao trabalho;
Pega o atalho,
Estaciona em qualquer lugar, pois tudo está vago.
Vai ao teu cubículo,
Ajeita a papelada.
Incessantemente, trabalha
Para mais um dia em que tudo corre ao nada.
Acorda, e levanta.
Desliga o despertador.
Põe o terno, a gravata, e se adianta,
Vaga pelo corredor.
Desce a escada,
Anestesia-se, toma teu café.
Beija a mulher e,
Sai pela porta; observa a estrada.
Mais um dia, que corre em vão,
Estranhamente do teu jeito.
O sangue que agora escorre da tua mão, é da solidão,
Da própria alma rente ao peito.
Pega o carro
E corre, hesitante em fugir...
Mas segue o atalho, e vai para o trabalho.
Estaciona, e por um instante, observa:
As mesmas coisas em seu mesmo lugar.
Árvores, nunca tocadas pelos pássaros,
Ainda carregam em suas folhas neve.
Árvores, nunca percebidas pelo sol,
Ainda são castigadas, como vaso de flor, vazio e leve.
Vai ao teu cubículo,
Observa a papelada.
(Vê: a tua existência atropelada.)
E lá se vai, mais um conto de fada...
Acorda e levanta,
Desliga o despertador.
Põe qualquer roupa e se manda,
Foge pelo corredor.
Desce a escada,
Esquece o café,
Não beija a mulher.
Segue em direção à sala,
Abre a porta e sai
Em direção à estrada.
Pega o carro,
Desvia o atalho,
Foge do trabalho,
Estaciona em qualquer lugar, alto e vago.
Procura um prédio,
Um refúgio para quando em tédio.
Um remédio, um remédio....
O tropeço num anestésico.
E assim cai, num voo breve,
Em instantes. Leve como neve...
Vaso sem flor
Corpo sem calor
Mundo incolor
Uma vida sem amor.
------------------------
Acorda... Levanta...
Não toca o despertador.
Assustado, põe qualquer roupa e, desesperado corre.
Atravessa o corredor.
Desce a escada,
E não há café,
Não há mulher.
Sai pela sala, encontra a estrada.
Observa aos lados:
Não há carro,
Não há atalho,
Não há trabalho algum.
Então corre, corre atrás de tua sombra, a que deixaste no espaço
Sozinha e gélida.
Deixaste-a no tempo, a um abraço.
Sozinha, num mundo vago.
Corre, atordoado,
Até o pico daquele prédio.
(Sente-se pesado, sente-se velho)
E lá está, em tua forma o tédio.
Vê-se, o próprio, dar as costas (preferir um corte)
E seguir para o caminho
Onde abraçaria a morte.
A última batida,
Não revela, não espera,
Não deixa sequela.
Não trás, e não leva.
Simplesmente enterra
Para sempre, sobre suas trevas...
"O lugar agora chora...
O mundo mudou.
Quando o sol aparece
E a neve derrete,
O mundo chora..."
Baseado em "Every Day The Same Dream" de Molleindustria.
16 de março de 2011
Areias do deserto
O momento é que nos traz
As sensações e idéias de quem o faz.
Traz na cabeça, e também nas mãos,
Somente as palavras que te ocorrem em vão.
Não faz menção; não tem intenção,
Apenas, o momento,
Traz-nos ao meio do deserto,
Àquilo que não está longe, nem perto.
Mas na medida certa
Para nos fazer acreditar
Numa ilusão, que cedo ou tarde será
Apagada e enterrada
Pelas areias do deserto.
As sensações e idéias de quem o faz.
Traz na cabeça, e também nas mãos,
Somente as palavras que te ocorrem em vão.
Não faz menção; não tem intenção,
Apenas, o momento,
Traz-nos ao meio do deserto,
Àquilo que não está longe, nem perto.
Mas na medida certa
Para nos fazer acreditar
Numa ilusão, que cedo ou tarde será
Apagada e enterrada
Pelas areias do deserto.
O colecinador de sonhos
Sim, ainda pequeno os perdi
Todos os meus...
Cada um, um por um, pois vivi deles
E consumi os seus...
- O Colecionador de sonhos
Todos os meus...
Cada um, um por um, pois vivi deles
E consumi os seus...
- O Colecionador de sonhos
15 de março de 2011
Liberta o medo
Liberte-se de si
Fuja do próprio; escolha a tua casa
Ainda que chova lá fora
Enfrente, saia de tua casca
Fuja do próprio; escolha a tua casa
Ainda que chova lá fora
Enfrente, saia de tua casca
Verdade que não se vê
Olha, por trás dos olhos
Pois não se sabe qual é a verdade
Uma realidade por trás dos sonhos,
Ou a real face da insanidade?
Pois não se sabe qual é a verdade
Uma realidade por trás dos sonhos,
Ou a real face da insanidade?
De "cera"
O sorriso que nunca muda
Não reflete; não escuta,
Opaco por trás de um véu
Faz sua peça, nunca fiel.
Não reflete; não escuta,
Opaco por trás de um véu
Faz sua peça, nunca fiel.
Há algo errado
Dias que não mudam
Tão calmos, me assustam
E o tempo que ainda é o mesmo
Nos cega, tão cedo...
Tão calmos, me assustam
E o tempo que ainda é o mesmo
Nos cega, tão cedo...
De volta ao iceberg.
Cá estou, de volta ao iceberg... e, sem mais nem menos, com muito a dizer.
"Não importa a direção dos ventos
Meus ouvidos sempre estarão atentos
Sopra-me o que quiser
E eu escreverei, o que disser"
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