Um vazio, uma casa
Um assobio, uma taça
Um vinho, minha safra
Onde não há nenhum gosto.
Um espinho, uma valsa
Um pianinho, uma pauta
Um violino, e muitas notas
Onde não há nenhum valor
Escassez de vida e amor
Estupidez, carinho e calor
E as formas dos beijos
Sem cerimônias, nem sabor
Uma dívida entre os ossos
Uma dívida com o tempo
Uma ferida entre os dentes
Uma falha em meu invento
Uma fobia de libertar
Uma fobia de ser livre
Eu não sei se mais aguento
Ser o túmulo do despertar
Eu não sei se me contento
E me perco em aceitar
Ou se destruo meu entendimento
E continuo a caminhar
No vazio, numa casa
Com assobios e muitas taças
E vinho, uma safra
Onde não há nenhum gosto.
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