19 de outubro de 2012

Acústico

Pancadas, sons distantes, estrondo, ecos incessantes de palavras mortas, gritos e sussurros procuram razão dentro de minha caótica caixa acústica. Minha boca pouco fala; as palavras se refletem em meus lábios, voltam-se para a caixa e lá são moídas e exterminadas. Meus olhos pouco dizem, são insignificantes, fixam-se no espaço à procura de paz e lógica quando precisam apenas repousar sobre o caótico enredo que se desenvolve e se destrói na mesma história. Insignificantes, não são capazes de perceberem a sutil beleza e liberdade existentes no mundo exterior, querem somente olhar para trás e analisarem o irracional tiroteio livre e se petrificarem com isto. Eu não consigo ignorar. Não consigo ignorar minha ausência exterior. Petrificado e consternado procuro lógica interior, mas vejo apenas a bagunça de gavetas espalhadas por todo o chão e uma infinita papelada com textos onde as frases não tem concordância e sentido, jogada sobre elas. A presença de minha ausência me perturba. A falta de sentido me mantem ausente. A presença de minha ausência me perturba. A falta de sentido me mantem ausente...

- O Colecionador de sonhos

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