24 de agosto de 2010

Liberdade

A fera
Um monstro
Ainda espera
Por um encontro
Para ver o mundo
Descobrir o que é tempo
Escutar tudo
Tornar-se um exemplo

A fera
Um monstro
Negada por nós
E aprisionada
Na imensidão do nada

A fera
Lê um conto perdido
Viusualiza
O mundo querido

Atravéz das letras
O mar vê
E no decorrer
Faz chover

A fera
Não mais um monstro
Desvenda livros
Embrulhados num manto

Lê e Lê
Descobre o que não vê
Lê nada mais que palavras
E viaja pra Arábia

A fera
Um leitor
Ainda imagina o sol
De qualquer cor

Constrói
Dentro de si
A mais alta torre
Que ultrapassa qualquer limite
Constrói
E nada falta

Com as próprias unhas
Sobre a parede escreve
Cada frase que a compõe
Sendo breve

E nada mais falta

Rodeada de vazio
E cheia de bravio

Escreve fera
Pensa poeta

Liberta

A fera
O poeta

2 de agosto de 2010

Ela

- Moça de voz suave,
És tão bela.

Alguns preferem dormir
Em tua presença,

E aproveitar
Do teu canto.

Enquanto eu fico ansioso,
Para te sentir.

Tu e teu aliado,
Tão valete,

Sabem para onde ir.
Visitam tantos, batendo em suas janelas trancadas.

Vou sorrir,
Quando chegar de manhã.

E te observar
Até cansar.

Teu som
Inunda minha alma.

E em meio a ele
Irá escutar,

Novamente,
Eu perguntar

Sobre quem me inspira:
"Qual é teu nome?"

Se responder,
Em meio a bela paisagem de névoa,

Em meio ao teu próprio som
De muitos pingos tocando o chão,

Irei escutar novamente,
Que se chama Chuva.

Queria ser o vento
Para de teu lado andar, sempre.

Segredo

À noite
O sono não vem,
Então eu faço poesia.

Paz

Ultimamente
Venho me perguntando
Se realmente
Estou satisfeito com o que realizei
Da manhã até o agora.

Todos lutam
Pela limpa consciência,
E se culpam,
Por um dia não observarem bem
O caminho que seguiam.

Até o agora,
Venho tentando me despir
Destas mudas que o mundo me ofereceu.
Tento a cada dia,
Apenas me lembrar,
De tudo que você esqueceu.

Os campos eram floridos.
A água dos rios, ainda era pura.
Eu me lembro dos dias
Em que me sentia livre, apenas por presenciar
Cada manhã que Deus me dera.

Sinto-me em paz,
Porque pensar
Faz-me capaz,
De ser humano.

Apenas por mais

Eu, solenemente juro que irei encontrar a formula para resolver o problema em que sacrificamos aquilo que queremos, por aquilo que precisamos.

Medo

A árvore não falava,
Mas por seu olhar,
Entendi que de socorro precisava.

Dádiva

Naquela noite
O espantalho sorriu
Um vagalume lhe fazia companhia.

À tarde

Chaminé a fumar.
Já vou almoçar,
E à tardinha apreciar, o mar.

Fraqueza

O olhar disparado ao nada,
O cheiro do passado...
O azar armado.