22 de fevereiro de 2014

Mãos de dois gumes.

A mesma mão que me afaga
É a que me mata.

É a mão que me protege
E me afasta de minha espada.

A mão que me agrada com bons presentes
É a mesma que me arranca meu melhor talento.
Transforma a sintonia do meu viver
E adia a minha paz enquanto a aguardo com grande ansiedade.

A mão que me desarma
A mão que me conquista
A mão que me acolhe e me lava
E me põe de volta à vista
Da real natureza de minha sina.

A mão que me afaga
É a mesma que me mata.

O Almagesto

"Oh, anjos que seguram minhas asas para que eu possa voar
Ninfas que me sustentam se esforçam para me alimentar
Eu não quero mais o trono.
Não que eu não seja digno,
Mas já não posso suportar
O peso de limitar minha vã vida
Em ser servido com mordomia para sempre."


Me deem um pouco de morte em meus dias, para que eu entenda o que é a vida. De que importa se eu morrer? Pelo menos nas árvores nascerão frutos de alguém que sonhou em dar valor à vida.