15 de julho de 2011

Mil escritos de nós dois [11]

"Sinto-me excitado por escrever, escrever e nunca chegar ao fim, assim como te amar, te amar, e sempre te amar. Até que palavreie-me silêncios à beira da boca, versos e mais versos virão. Até que a pedra não seja bruta o bastante, eu hei de lhe conjugar ao pé da orelha verbos inapropriados de nosso amor. Frases censuradas ao mar, cantadas numa língua que só a gente entende."

Mil escritos de nós dois [10]

Sim, eu também já pensei, e viveria, com uma só condição: teria que ser ao lado dela. Porque só ela tornaria o meu infinito, eterno. Como estrela cadente a viajar e viajar e nunca se apagar. Estrela eterna, aquela que brilha como nosso amor.

Mil escritos de nós dois [9]

Vou lhe contar: é vago, cheio de buracos, no começo aparenta ser uma bela e confortável casa, mas que aos poucos vai se despedaçando, cansando, até se encontrar numa situação precária e ameaçar desmoronar. Acontece que você mesmo toma a frente e a derruba. O infinito se mostra assim: interessante, legal, incessante, e logo, tedioso. Já pensou em viver para sempre? Infinitamente?

Mil escritos de nós dois [8]

Eterno... Por que certas coisas deixam de ser eternas? Mil, dez mil, milhares de contos; isto ainda não é eterno. O infinito, cá entre nós, ainda não é eterno. Porém, um beijo, uma sensação, um olhar, são coisas eternas. Um toque, uma decisão, uma ação, são também, mesmo que efêmeros, eternos. Mas, por que, entregues estas preciosidades ao amanhã, deixam de ser eternas? Poderiam ser infinitas e eternas... Porém impossíveis, seria como discutir entre o "querer" e o "necessário". O que escolher? Nada. Decisões como esta de tanta nobreza não cabem a mim para decidir.

5 de julho de 2011

Mil escritos de nós dois [7]

Deve estar se perguntando: "quando é que ele vai parar de enrolar e a história nos contar?". Se pergunta sobre isso, então o que eu queria eu já consegui; já que não a comecei onde deveria tê-la começado, nos perdemos então do que teria um começo, meio e fim. E o que é agora? É o que eu tipicamente chamo de eterno: sem nenhuma dessas características, durando uma fração de segundo com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. É o que chamo de "eterno".

Mil escritos de nós dois [6]

Logo quando descobri que por ela eu estava apaixonado, muitas palavras ficaram por dizer; e assim se segue até hoje: como fascos que eu ainda não pude entregar, repletos do carinho que ninguém, se não ela, poderia aproveitar. Não quero que, em função do tempo, todo o tesouro se enterre perante o mar; assim como eu, que tão pouco pude aproveitar.

Mil escritos de nós dois [5]

"Sim" - respondeu ele que a amaria para sempre, e completou: "E se um dia algo me impedir de te amar, fragmentarei em pedaços os versos de minha poesia, os transformarei em musicas e poemas e os guardarei em pequenos frascos de amor, só para ti."

Mil escritos de nós dois [4]

Monótono. Se perguntas sobre eu ser monótono e de opiniões individuais, já que tantas vezes repeti no titulo as palavras "nós dois", a resposta é: não exatamente. Pode não aparentar, e assim ninguém perceber, mas por trás de cada palavra e pensamento meu ela está presente. Talvez em nem todas, assim deixo claro que só nas palavras gostosas; de se ouvir, de se ler. Para entender melhor: uma vez perguntaram-me qual era o gosto das palavras - por consequência dum assunto qualquer - respondi que dependia de como elas eram pronunciadas, de como eram pensadas antes de se exporem ao papel, e assim seriam ouvidas, lidas, sentidas de um modo diferente. "Ela, de quem falo, é quem está presente em minha calma, em meu amor, em minha inspiração, e assim, em minha fala, meu pensamento, em minha alma, meu coração."

2 de julho de 2011

Mil escritos de nós dois [3]

Mas, para que mencionar tanto sobre o fim no inicio de uma história? Comecemos, então, pela alvorada que nos rodeia e a tudo dá inicio. Pela aurora, tão angelical e ingênua, com cada ingrediente escolhido e oferecido pelas mãos do destino para que tudo dê certo.

Mil escritos de nós dois [2]

Nunca entendemos ou percebemos "quando é para acontecer", porque se acontece, aconteceu, e nossa opinião só virá quando acabar. E de repente se reflete sobre tudo aquilo pensando em como poderia ser se não acontecesse. É por isso que nunca entendemos, pois a resposta quem dá é a gente. Mas, e se não for a resposta certa? É preciso, de qualquer maneira, confiar em si e seguir em frente.

Mil escritos de nós dois [1]

Esta é uma história que não sei a qual fim dar, mas se eu o fizer, não faço ideia de qual fim será. Se realmente dependesse de mim cada detalhe deste desfecho... cada palavra seria uma rosa, e o texto em si, um belo jardim, sem começo nem fim.