28 de abril de 2011

Vida no mar

20 de abril de 2011

Para quê filosofia?

A filosofia é um labirinto que não nos levará a lugar algum senão a mesma resposta: "por quê?"

É infinita, pois, quando nos perguntamos algo, procuramos pela resposta já existente dentro de nós. Mas como não domamos o conhecimento, nem temos idéia do que seria tê-lo por inteiro em nossas mãos, logo, chegamos a conclusão de que perguntas serão eternas.

O que então resolverá?
E para onde vamos caminhar?
Se hoje sou filósofo, amanhã filósofo serei.
O mesmo fazendo as mesmas perguntas.

A filosofia nada "traduz", e nada resolve; trata-se de redescobrir quem és. É o caminho pelo qual encontrará respostas, e delas fará o que quiser. É o caminho que o ajudará a observar o mundo com outros olhos, e então entenderá, que nada vai mudar. Uma transformação ocorre e logo deixará de entender as respostas dadas aos porquês anteriores, descobre que tolices eram suas atitudes e seu modo de pensar. No entanto, a filosofia progride de acordo com a transformação em si mesmo, mas nunca é completa, você sempre estará se transformando, descobrindo, desmascarando, criticando... Pode-se até chegar além da compreensão dos mais sábios, pode estar certo (à caminho do que quer), porém, a ilusão sempre estará ao lado. Além do mais, quando conseguir o que cobiça, o que vai fazer? Viver às custas de realizações? Tornar-se cego? Para onde a filosofia te levará? E em quem ela o transformará? Eis sobre o nobre tabuleiro, mais perguntas...

Como podemos descobrir se o conhecimento é mesmo infinito?
E se for, até que ponto vamos indagá-lo? Se a resposta for "eternamente", às custas de realizações e transformações viveremos, tapando buracos vazios sem nenhum sentido. Afinal, já não fazemos isso sem mesmo perceber? Será esse o sentido da vida? A filosofia lhe responderá, e boa sorte, porém a resposta certa nunca encontrará, nem dentre as milhares alguma resolverá...

19 de abril de 2011

E os dias passam

E os dias passam
Tão rápido quanto eu possa imaginar
Como chama pronta para se apagar
Como ventania
Que num dia está aqui
E noutro está lá

Repouso então meu corpo aqui
E deixo a correnteza me levar
E tanto faz
Que por dez, que por mil,
Que por dez mil lugares possa me carregar
Pois só o que quero agora
É a vida aproveitar

4 de abril de 2011

Sonho

Ah, não me sinto bem
Minha cabeça dói
Algo em minh'alma aos poucos corrói

O que tanto eu fiz
Para acabar assim?
De alguém me desfiz?
De uma vez pus um fim?

Então eu devo ter bebido
Um pouco demais por sinal
Estou sentado num trilho
Ferido e triste, afinal...

Quem perdi?

O sol... o sol está se pondo
Ouço vir um trem
E eu aqui amando
Esperando por "alguém"

Rema, rema, sol...
Vai chegar no horizonte
Vai passar por ele também
E acabar como eu
Esperando pelo trem

A lua... a lua não vai encontrar
Ela está do outro lado agora
Fazendo outro sonhar
E você chorar

Não te entristeças,
Não vá embora.
Mas se persiste
Logo a segunda opção
Existe...

Amigo, olhe para fora
Não para dentro
Olhe agora!
Esqueça de tudo
De mim também
Faça-te um escudo
E destrua o trem

Olhe para fora...
E veja então
Existem muitas delas
Dessas estrelas, tão belas!
São uma gracinha, não?

Por que ainda solitário?
Girando em vão?
Se tu és tão grande, aí no céu.
E eu aqui, lamentando como grão...

É, eu te entendo
É difícil se recuperar
E tão fácil de se perder tempo...

Pensando, e girando...

Mas nós temos algo em comum
Somos dois, vivendo como um
Um só, e já basta
Pois não seremos mais,
Que mera folha amassada

Não importa quantas estrelas existem
E o quão são belas
E não importa se as sereias me insistem
Não cederei a elas

Nem toda estrela é Lua
Nem as sereias têm o perfume dela
Nenhuma é tão bela nua
De alma, corpo e espírito, como "ela"

Ah, tão bom seria se eu tivesse um barco a vela,
Rumo ao horizonte,
Às fronteiras da Terra!

Sem problemas cá oeste
Nem boatos lá no leste
Só o vento forte que me leva
E a multidão que me esquece

Ah, ouço vir o trem
Bravo, ele vem
Fumaçando
Estressado com alguém...

De novo...

Essa gente que não sossega
Perambulante,
Só se cega
Passa bufante, como elefante
Atropela-te
Não obstante se for pedra

Dói-me ainda a cabeça,
Enquanto gigante colosso destrói minha terra.
Então não se esqueça
Que minha vida tão cedo não se encerra
Se não houver guerra
Pois quero-te de volta.

Se não, como o sol me esconderei
Até o horizonte remarei...
Dele, e até do "fim" passarei,
Perguntando-me "onde é que eu errei?"...

Cai a noite; se desfaz a Terra

Abra os olhos
A penumbra te enterra.

Abra os olhos
E aproveite a guerra...

Fumaçante ele vem
Logo acordo, e descubro:
"Estava prestes a morrer por 'alguém'"...

1 de abril de 2011

Excesso

Algo, muito incerto parece estar. Será que eu não vi? Não percebi? Como eu pude ser tão cego? O excesso não consome, não corrói, mas lava por dentro e te suga o tempo. Quando eu e o excesso, nos tornamos um só, nada que esteja do lado de dentro poderá mudá-lo, e tudo o que, do lado de fora poderia me influenciar, estaria longe de mais para me mudar. O excesso; coagulação do pensamento, imobiliza e nos impede de observar aos lados. Tudo que é excesso, talvez possa ser considerado parasita, pois, quando afetado por ele, talvez muito tempo depois poderá se dar conta e se perguntar: "Será que não vi? Não percebi? Como eu pude ser tão cego?". O princípio há muito tempo permaneceu incerto, é triste só percebê-lo ao fim... Por isso, entenda, e comece a se livrar de teus excessos... Quem sabe, se nunca chegar a perceber... e ser tão cego, para sempre...