5 de maio de 2012

O colecionador de sonhos III



Oblívio

Fogos e festa
Noite de cores, praia
E promessas
Na boca dos anjos
Da sépia.

Olhares risonhos
Arpejos tristonhos
Fogueiras, frutas, estrelas
Poesias, cantorias
Fogos e festa
Na boca dos anjos
Que guardariam para sempre
A noite gravada na sépia.

A memória agora está velha
A perder as cores e sons
Daquilo que já foi bom
A perder o tom das flores
O tom de sangue
Do coração dos amantes
Que se amavam na praia
Entre amigos, fogos e festa.

A memória está velha
A perder o horizonte
E a gravidade da sépia
Na escuridão e na paz
Da velhice, e da morte eterna.

...A esquecer os sons
Das palavras queridas
Que lavam a alma e curam feridas
A esquecer as vibrações
De quando se olhou nos olhos pela primeira vez
E segurou as mãos
De quem o fez renascer
E re-entender as dimensões do universo
Que se resumiam somente
E especialmente
Nas palavras "eu te amo para sempre".

A memória agora está velha
Prestes a entregar aos anjos
Os livros duma vida inteira
Sua vasta biblioteca
Dormente em sépia
Dormente em noites
   De euforia
   Fogos e festas.

- O Colecionador de sonhos

2 de maio de 2012

Utopia morta.

"Enquanto a sonolência reina em agressiva decadência, minha irreverente existência alimenta e resiste ao caos mundano. Como a transeunte felicidade, nos efêmeros passos duma ave debilitada, que ainda perto da morte, surge, mas não se faz de verdade."