9 de fevereiro de 2011

Interminado, abortado...

Ó tempo, ó tempo, por que não leva meus desejos? Se é em ti que se baseia minha vida, e só tu podes me trazer de volta a ânsia pelo que escrever; a vontade incessante de perseguir rastros da memória; encontrar em passados dias apagados momentos para concluir poesias... Ó tempo, por que não toma a tua amada e foge? Leve tudo, deixe-me recomeçar por mim mesmo, deixe-me escolher entre o ter e o não ter; o exato momento das coisas. Por que ter então a ti, se não posso terminar minhas poesias, pequenas obras? E meus textos... jogados e interminados para sempre. Tanto esperei, e não houvera conclusão. E esperei, até que não chegara a inspiração. Leva então os meus desejos, para que a vontade de concretizá-los não seja mais necessária; para que eu não mais reflita, quando cambaleante entre pensamentos, aquela mesma mesa sobre minhas poesias. Sim, uma mesa, onde só o que nela me resta são migalhas de meu passado. Tempo que não chega, leva então, a tua amada, para que não mais eu possa abortá-la.

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