24 de dezembro de 2011

Versos cor-de-sangue

Perdoem-me se meus textos estão sujos — sujos de sangue. Não é fácil escrever, por mais que estejas acostumado, não é fácil escrever sem se machucar, sem se cortar com as lâminas do pensamento; escapar ileso do inferno das memórias quando se procura as palavras certas para a poesia. Não é fácil fingir, seja amor, tristeza ou alegria, sem sentir dor, este leve desespero, fugaz. Posso ter falhado na estética do poema, e sempre falharei. Às vezes, quase propositalmente, mas é a realidade que esculpe todos estes traços (dormentes) de dor; versos e feridas, vivos de calor — de sangue.

Perdoem-me, porque a vida já não é mais a culpada.

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