28 de abril de 2013

Vazio em volta

Um vazio, uma casa
Um assobio, uma taça
Um vinho, minha safra
Onde não há nenhum gosto.
Um espinho, uma valsa
Um pianinho, uma pauta
Um violino, e muitas notas
Onde não há nenhum valor
Escassez de vida e amor
Estupidez, carinho e calor
E as formas dos beijos
Sem cerimônias, nem sabor
Uma dívida entre os ossos
Uma dívida com o tempo
Uma ferida entre os dentes
Uma falha em meu invento
Uma fobia de libertar
Uma fobia de ser livre
Eu não sei se mais aguento
Ser o túmulo do despertar
Eu não sei se me contento
E me perco em aceitar
Ou se destruo meu entendimento
E continuo a caminhar
No vazio, numa casa
Com assobios e muitas taças
E vinho, uma safra
Onde não há nenhum gosto.

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