24 de abril de 2010

Cegar-se

Não me resumo a um homem que se desmonta ao perder uma chance, sei como decepciona, mas sou carne que se desgasta ano após ano sugando como esponja o conhecimento que me rouba a felicidade (nostalgia). Ser encarregado de puxar uma caixa vazia com correntes presas no punho no decorrer da vida, não vale a pena; andar, correr e pensar com o olhar fixo num sonho é desgasto demais. O que se tem na cabeça, se tem no corpo, que idéia tens? Um sonho? Então torna-se um sonho tudo aquilo que és -  uma caixa vazia procurando saciar-se da realização de tal sonho egoísta, e depois de saciado: quer mais. Usa cada concretização para tapar o buraco doutra concretização, até extinguir-se e esquecer tudo. Façamos isto de uma lona para cobrir a parte sem rumo da vida, o que faz de cada um cego, perdido na vida procurando algo para correr atrás, sem perceber o que te observa pelos cantos e lados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário