14 de outubro de 2010

Eu

Neve que cai como cristal
Brilha fora do normal
Ouço sinos
Mas não é natal

Isto é irreal
Sobre o branco
Manchado o vermelho
Um manto
Que cobre o espelho

Posso ver minhas mãos
Que se tornaram inertes com o tempo (preciso pensar, preciso fugir).
Mas para onde vou correr?
Se como o vento eu me persigo

Mesmo preparado para fugir
Não posso sentir
O caminho certo para seguir
Sou a máquina inerte
Impura e sem prece

Ouço os sinos
Mas não é natal
Movem-se os pinos
Sobre o tabuleiro final

Preciso pensar
- Não se abandona o próprio sem par
- Não se entrega ao ódio o seu singular
Estou a estancar
Este sangue que jorra de meu lar

Sobre o branco
Um encanto
Sobre o espelho
Marcado o vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário