7 de novembro de 2011

Um besouro em meu ouvido

Fora do quarto estava quente,
E o medo de descer as escadas o dominava.

Ninguém sabia o que ele tinha em mente,
Um inseto em seus ouvidos sussurrava.

Desce ao Aqueronte - segue em frente,
Mas nunca se esqueça daquilo que "amava".

Desce ao Aqueronte, ele e a serpente,
Pois além dos servos e a fumaça, Cérbero o aguardava.

O garoto via gente.
Gente condenada

Pessoas friamente
Enterradas, sufocadas.

Mas ninguém sabia o que ele tinha em mente,
E o revolto zumbido continuava.

E ninguém sabia o que ele tinha em mente,
Mas o revolto zumbido se irava, e gritava.

Ele tapou os ouvidos
E voltou para o quarto onde ninava.

O besouro de sangue ardente
Lá no Cócito fumegava

Enquanto o garoto inteligente
Nada entendia do que o diabo pronunciava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário