16 de junho de 2012

Sussurros e ruídos noturnos

Chove enquanto há noite. Os bares estão abertos e as caveiras bebem os homens. O dinheiro destrói as mulheres. O sono não atinge as crianças. A ilusão dá razão aos jovens. A ambição saqueia os cofres. A morte vive a vida. O cigarro traga o velho. O destino joga cartas e aposta a sorte de seus servos. Chove enquanto há noite, enquanto a desordem ama o caos e de mãos dadas vagueiam sobre a cabeça dos tolos — caminham na calçada do juízo sem que trovoada alguma se suceda. Chove, silenciosamente, enquanto há noite, como se todos estivessem dormindo e o dia nunca chegasse.

- O Colecionador de sonhos

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