1 de abril de 2013

Eu a chamo de Carlste

— E com todo o seu encanto ela dançou, sozinha, com suas mãos frias atiradas ao ar, desamparada e sombria como uma tempestade que devasta em euforia, turbulenta como milhares de pratos se despedaçando ao chão. Dançarina de gestos depressivos, corrosivos, magníficos e destrutivos. Ora contida em movimentos amordaçados, ora expelida como traços rabiscados. Dona de uma frequência intuitiva, levemente subjetiva. Cheia de saltos, giros e quedas delicadas de inúmeras saídas. Assim, com todo o seu encanto ela dançou, entre uma lua e outra, entre um coração e outro, entre um sorriso e uma face de tristeza. Ela dançou, assim, e como uma vela se apagou.

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