31 de agosto de 2011

Amigo, Poeta

Por que a rendição, amigo?
A vida te enganou?
Se a ausência de tuas palavras
Significasse o esquecimento e o conforto,
Eu poderia dizer que nada mudou.
Elas apenas estão inertes,
Intactas, no mesmo lugar onde as deixou,
Na sala do teu coração (o vazio coração).
Fugira para as montanhas há algum tempo,
Sem avisos, sem voltar...
Por que a rendição, amigo?
A vida te machucou?
Por mais que esteja ferido,
Ela quem lhe mostrou o poeta que se tornou.
E uma vez poeta,
Sempre poeta!

Das porteiras, ainda tens a chave?
Da sombra daquelas árvores
Não sente saudade?
Não deixe que morra de fome,
Que a poesia em ti acabe.

Eu sei que é longa a estrada,
E que por ela encontrou muitos espinhos,
Mas não vale cortar a fala
E que perca teus sentidos
Por uma leve imperfeição
Na aurora do teu destino.
E se foi por isso
Que nas palavras procurou alívio,
Peço-lhe para que volte,
Porque aqui, ou em qualquer lugar
Imperfeições irá encontrar.

Deixaste vasto o poético mundo,
Indignado, o poeta perdido em seu fundo.
Sem das palavras poder provar; sua a interminável história
Terminar...
Vagueando pelos vales da rendição,
Carregando sua incompleta missão.
E eu qui, pedindo por ressurreição.
Amigo,
Volte para a vida,
Para o teu coração.
Por que... a rendição?

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