12 de julho de 2012

O fogo que queima é o mesmo que consome

Um grito
No calabouço dos sentimentos ocultos
A ressuscitar o cadáver das sombras
Em couraça de inquebrável ferro

Um grito
A resgatar outros gritos
Inertes no opaco eco do chão
Em couraça de inquebrável ferro

Eis que se inflama a questão
No súbito relâmpago das trevas do pensamento:
Como pretendes, então, ir ao inferno
Sem que ao cálice de sangue
Leve teus lábios sedentos?

Como pretendes, da cela que te protege,
Tocar os delicados pontos do pentagrama e
Inverter o que te julgam errado para fazer o teu certo?

Não há vitória sobre a vingança
A vingança é a vitória
Cujo preço custará os exatos ecos
Que ressuscitaste do chão
Do cemitério oculto
No interior do tórax; do coração sem rumo.

Serás apenas outro grito
A desejar violência
Sem que da couraça saia
Para dançar no inferno.

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