7 de dezembro de 2010

Talvez um dia, longe...

Eles estão calados,
De olhos fechados.
Eles continuam calados,
Em um só passo.

Não se mexa,
Você é vulnerável.
Antes que se esqueça,
Que o momento é desejável.

Alguns você pode ver,
Outros parecem envelhecer,
Mas presentes em você estão,
Todos que te fazem viver em vão.

Não lute, você perderá.
Não escute, você dançará.
Não se preocupe, um dia você fugirá,
E com teu próprios olhos você verá
Um passado sujo e escarnecedor
Que não mais lhe perturbará.
Não lute, você fugirá.
Não se machuque, ou então se queimará.
Eles te iludem, e você cairá.

Não pule, antes que te perturbem.
Não deixe que te usem, que suguem
Teu sangue e o transformem em veneno.
És pequeno, mas não fraco,
Perante a fartura
Dentro de teu quarto.
Te seduzem,
E você nunca está farto.

Caia.
Caia de novo.
Nunca salute
A este povo.
Eles são "o corvo"
Que acertará teus olhos,
Os bicará até te cegar,
Acorrentado.

Fuja.
Fuja de novo.
Até estar morto,
Mas longe de teus demônios.

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