4 de abril de 2011

Sonho

Ah, não me sinto bem
Minha cabeça dói
Algo em minh'alma aos poucos corrói

O que tanto eu fiz
Para acabar assim?
De alguém me desfiz?
De uma vez pus um fim?

Então eu devo ter bebido
Um pouco demais por sinal
Estou sentado num trilho
Ferido e triste, afinal...

Quem perdi?

O sol... o sol está se pondo
Ouço vir um trem
E eu aqui amando
Esperando por "alguém"

Rema, rema, sol...
Vai chegar no horizonte
Vai passar por ele também
E acabar como eu
Esperando pelo trem

A lua... a lua não vai encontrar
Ela está do outro lado agora
Fazendo outro sonhar
E você chorar

Não te entristeças,
Não vá embora.
Mas se persiste
Logo a segunda opção
Existe...

Amigo, olhe para fora
Não para dentro
Olhe agora!
Esqueça de tudo
De mim também
Faça-te um escudo
E destrua o trem

Olhe para fora...
E veja então
Existem muitas delas
Dessas estrelas, tão belas!
São uma gracinha, não?

Por que ainda solitário?
Girando em vão?
Se tu és tão grande, aí no céu.
E eu aqui, lamentando como grão...

É, eu te entendo
É difícil se recuperar
E tão fácil de se perder tempo...

Pensando, e girando...

Mas nós temos algo em comum
Somos dois, vivendo como um
Um só, e já basta
Pois não seremos mais,
Que mera folha amassada

Não importa quantas estrelas existem
E o quão são belas
E não importa se as sereias me insistem
Não cederei a elas

Nem toda estrela é Lua
Nem as sereias têm o perfume dela
Nenhuma é tão bela nua
De alma, corpo e espírito, como "ela"

Ah, tão bom seria se eu tivesse um barco a vela,
Rumo ao horizonte,
Às fronteiras da Terra!

Sem problemas cá oeste
Nem boatos lá no leste
Só o vento forte que me leva
E a multidão que me esquece

Ah, ouço vir o trem
Bravo, ele vem
Fumaçando
Estressado com alguém...

De novo...

Essa gente que não sossega
Perambulante,
Só se cega
Passa bufante, como elefante
Atropela-te
Não obstante se for pedra

Dói-me ainda a cabeça,
Enquanto gigante colosso destrói minha terra.
Então não se esqueça
Que minha vida tão cedo não se encerra
Se não houver guerra
Pois quero-te de volta.

Se não, como o sol me esconderei
Até o horizonte remarei...
Dele, e até do "fim" passarei,
Perguntando-me "onde é que eu errei?"...

Cai a noite; se desfaz a Terra

Abra os olhos
A penumbra te enterra.

Abra os olhos
E aproveite a guerra...

Fumaçante ele vem
Logo acordo, e descubro:
"Estava prestes a morrer por 'alguém'"...

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