6 de março de 2010

A essência inexistente

Sim, o que posso afirmar é que a existência dela em meu consciente me entristece.
Sua voz equivalente a suavidade e beleza de perolas retiradas do mar.
Sua beleza interior.
Sua beleza externa.
Tudo, tudo o que não posso ter.
Para ser mais preciso: tudo o que já tive.
Por isso me entristece.

Não consigo agarrar nada mais do que o simples vazio no lugar de minhas esperanças.
Elas não existem mais, são apenas memórias, mas informações fortes.
Junto a isso, o amor que já não vivo mais...

É dormente.

Agora, só o que resta é meu senso crítico que se levanta ao fim de cada queda, a fim de destruir cada coisa valorizada.
Não tenho mais informações dela em minha mente vazia.
Nada a trará de volta, bom... provavelmente nada.
Não há nada para abraçar neste vazio...
Nada além de coincidências...

E ao apreciar cada crepúsculo no fim de toda tarde, sozinho,
Automaticamente meu cérebro emite várias imagens dela neste mesmo vazio.
Minha fraqueza.

Emite também cada sorriso dela a cada palavra minha.
Tempos distantes, informações velhas. É o que isso é.
A ignorância ao sentimento me petrifica.
Anestésico à tristeza!
Isso me faz rir do nada.
Dá-me a vontade de subir no mais alto monte e gritar a Deus:

Ó Senhor, por que a conheci? O que seria cada lembrança que vivi?
Coincidência?
Destino?
Ou o simples caminho que leva ao pó e a morte?

Isso me faz pensar,
tudo o que vivi.
É como se a música morresse.
Nenhum sermão faria sentido aos ouvidos de um surdo.
O que quero dizer é que ninguém pode ajudar.
Apenas eu e minha hipocrisia viveremos por enquanto.
Ela se foi, mas sua essência se conteve em minha cabeça.
E os fatos se acabaram.
Sumiu simplesmente.
Sem mais notícias.
Mais uma coincidência contribuinte para o desprezo a tudo.
Nada é para sempre, e sim tudo é eterno.
Dura uma fração de segundo com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata.
Até extinguir-se.

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