14 de março de 2010

Poesia Morta

O que foste? Que és?

Minha folha morta; paisagem em branco
A falta de memória
O sonho iletrado
Persistência no fim

Sem respostas, te procuro.
Minhas letras
Minhas ilusões

Onde foi? O que foste para mim?

Uma tarde; a sépia colada na mente
o silêncio; a surdez
a melancolia; uma cegueira

Uma manhã de sol
o tempo que passa rápido
a noite que morre; a chuva que prevalece, logo domina
o tédio que corrói.

A acidez do amor; ovelha sem pastor
o céu rasgado; nuvem perdida
o teor que predomina; fadiga que mastiga.

Um acordar tarde; um não ir trabalhar
uma formiga; um colosso.

A paixão que invade
calor do deserto; uma noite fria
o tinir do mártir de ferro
a impureza; a dor
o ódio; uma ilusão
o gosto da felicidade insegura,
um assobio desafinado,
meu mundo destruído; símbolo da paz decapitado.

São letras? São vultos?
São almas perdidas?
Minha mente limitada?

Te procuro, minhas palavras queridas...

Dá-me o prazer de reconstituir minhas poesias.

Seja ela uma ilusão,
ilustração da verdade.
Sobre o menino solitário,
sobre o sábio do iceberg,
sobre a morte; a vida.

És inexplicável,
no fim tem sentido,
sempre expressiva.

Noites sem dormir,
a criatividade sem vir.
Dias acordado,
esperando um sinal,
com a gramática amordaçada.

Sou eu, no fim das tardes,
sem ter o que fazer,
à procura das palavras
sem o poder de criar
indefeso.

Sorrindo de cabeça para baixo,
estou mudo em mente.
Abro a boca da alma,
nada digo,
estou calado.

Estou indefeso,
Com o meu símbolo da paz decapitado.

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