9 de setembro de 2011

Olhos sobre os olhos

Por que cobiçamos tanto a liberdade exterior se nem a liberdade interior nós conquistamos? Por que lutamos tanto por um título, a fim de reconhecimento, se nem mesmo sabemos quem somos? Por que procuramos endereços em todas as ruas e avenidas sem nunca termos perscrutado o lugar onde moramos; onde estamos confortáveis dentro de nós? Por que os olhos não veem mais do que um traço real? Por que confiam tanto no mundo "leal"? Por que os soterrados olhos da mente, estes sábios, nunca questionaram o porquê de assim ser? Por que, no decorrer do tempo, deixaram em seu silêncio esta realidade tanto valer? Desenterre-os. Pois cada um tem um par de olhos, estes sábios olhos, que precisam ser usados. O que a sociedade há de ser sem eles senão um teatro transparente ao que todos são vendidos? Desenterre-os, ou você será enterrado num cemitério onde jamais poderão ser encontrados. Desenterre-os, só assim verá que a própria superfície é um subterrâneo. Desenterre-os, estes valiosos, os únicos; olhos sobre os olhos, estes que verão a realidade.

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